[Suporte, com olheiras, escuta alguém]
Voz de Alguém: O Jack tá fazendo das tripas coração pra conseguir trabalhar com aquele teclado ruim!
Voz de Alguém: O Jigsaw tá quase jogando o nobreak pela janela!
Suporte: Deixa eu adivinhar… Se eu não liberar o seu acesso às redes sociais você me transforma num sapo.
Bruxa [com vassoura e tudo responde ao Suporte]: Num usuário!
Suporte [em pânico!]: Qual o IP?!?
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Terapeuta de Regressão [fala ao Usuário que está deitado em divã]: Em uma vida passada você foi o Sherlock Holmes!
Usuário [entusiasmado]: Verdade?!
Terapeuta de Regressão: Brincadeirinha! Primeiro de Abril!
Terapeuta de Regressão: Na realidade você foi o Robin Hood!
Usuário [falando, espantado, ao Suporte]: Você é tipo o Sherlock Holmes?!
Usuário: Como você sabe que o problema de lentidão do meu computador é causado por sujeira acumulada se nem abriu a máquina?!
Suporte [responde observando o gabinete do computador repleto de poeira, manchas de sujeira, teias de aranha e baratas]: Elementar, meu caro usuário…
Pai [falando com Filho que está assistindo algo no celular]: Olha você aí no celular…
Pai [mostrando um menino que lê um livro ali perto]: Deveria seguir o exemplo do seu colega ali!
[Depois…]
Menino [respondendo Filho]: O que eu tô lendo? Livro de um youtuber. E você, tá assistindo o quê?
Filho: Cidadão Kane.
Alex [aproximando-se da mesa, repleta de livros, do Usuário]: Olha só! Parece que alguém passou na livraria.
Alex [lendo os títulos dos livros]: “A fina arte de ligar o f*da-se”, “Seja uma pessoa f*da”, “F*deu total”, “Torne-se f*da”…
Alex: Por que todos esses livros?
Usuário: É pra melhorar o meu vocabulário.
Chefe [falando para o Colega do Suporte]: Um cliente me procurou para relatar que, ao te perguntar se você estava lendo algum livro…
Chefe: Você respondeu “f*da-se”!
Chefe: Isso é verdade?
Colega: É sim. Por quê?
Colega [oferecendo um livro com “F*da-se!” na capa]: Você quer emprestado?
O livro narra em 1ª pessoa a trajetória Paulo Honório na sua gananciosa, desumana e violenta busca em se tornar um poderoso latinfundiário.
Quem já viu o filme Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007) pode achar semelhanças com a obra de Graciliano Ramos, frequentemente considerada uma das maiores da nossa literatura.
Abaixo reproduzo alguns dos trechos mais emocionantes do livro:
Cinqüenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o Diabo e levar tudo? Sol, chuva, noites de insônia, cálculos, combinações, violências, perigos e nem sequer me resta a ilusão de ter realizado obra proveitosa.(…)
As criancinhas, nos casebres úmidos e frios, inchariam roídas pela verminose. E Madalena não estaria aqui para mandar-lhes remédio e leite. Os homens e as mulheres seriam animais tristes.
Bichos. As criaturas que me serviram durante anos eram bichos. Havia bichos domésticos, como o Padilha, bichos do mato, como Casimiro Lopes, e muitos bichos para o serviço do campo, bois mansos. Os currais que se escoram uns aos outros, lá embaixo, tinham lâmpadas elétricas. E os bezerrinhos mais taludos soletravam a cartilha e aprendiam de cor os mandamentos da lei de Deus.
Bichos. Alguns mudaram de espécie e estão no Exército, volvendo à esquerda, volvendo à direita, fazendo sentinela. Outros buscaram pastos diferentes.